Foi um retorno Desafiador
05 de Novembro de 2024
A viagem de volta de Mato Grosso para Americana começou com a promessa de ser uma jornada tranquila, mas logo percebi que o destino tinha outros planos para mim. Mal saí da cidade e o pneu da moto furou. Ali mesmo, no começo da estrada, a aventura deu sinais de que seria diferente. Tive que voltar, consertar o problema e, finalmente, seguir meu caminho.
Os primeiros 200 km foram de paz, o asfalto cortava a paisagem e a estrada parecia se estender sem fim. Mas então, algo mudou. O céu, que antes estava claro, se cobriu de nuvens escuras e pesadas. Em minutos, a chuva torrencial caiu sobre mim, como um manto que não me deixava escapar. Cada gota parecia um golpe de uma força invisível.
E foi nesse caos que a moto começou a falhar. A vela molhou, e a moto parou no meio da pista. Cercado por carretas que passavam a poucos metros de mim, eu me vi sozinho, preso em um mar de asfalto e chuva, com a sensação de que a qualquer momento algo pior poderia acontecer. O som do vento e das rodas das carretas se misturava ao barulho da tempestade, mas ninguém parecia me ver. Era como se eu fosse apenas um ponto insignificante na vastidão daquela estrada.
O medo me apertava o peito, mas algo dentro de mim dizia para não desistir. Eu não poderia parar ali, não poderia ceder. A chuva parecia não ter fim, mas a única opção era esperar. O tempo se arrastava, a moto molhada, e eu, lutando contra a sensação de impotência, secava tudo o que podia enquanto o mundo lá fora se despedia da tempestade.
E então, como um milagre, a chuva finalmente cessou. O céu começou a clarear, e eu, com mãos trêmulas, consegui secar o que restava e fazer a moto funcionar novamente. E com o som do motor finalmente ligado, a esperança voltou a crescer em mim.
Com o coração mais leve, mas ainda batendo forte, continuei minha viagem, agora mais perto de casa, mais perto da segurança. Cada quilômetro percorrido era uma vitória, até que finalmente cheguei em casa, inteiro, salvo, e com a sensação de que, mesmo nas tempestades mais violentas, sempre há um caminho de volta.